Sex, 23 de setembro de 2022, 12:07

UFS e empresa petrolífera reúnem-se para avaliar parceria
Representantes das instituições projetam novas ações conjuntas

Representantes da empresa Petrom Oil & Gas, subsidiária da Ecom Energia, foram recebidos na Universidade Federal de Sergipe, nesta quarta-feira, 21, no Gabinete da Reitoria, para uma avaliação da parceria entre as instituições e projeção de novas ações. As entidades possuem um Termo de Cooperação para ações conjuntas no desenvolvimento de estudos para a exploração de petróleo e gás no campo de Rabo Branco, em Santo Amaro das Brotas, em Sergipe.

A Petrom adquiriu o campo de Rabo Branco no ano passado, assinando, em seguida, a parceria com a UFS. O Laboratório de Geologia e Geo Engenharia de Petróleo (Progeologia), coordenado pelo professor João Paulo Lobo, é o responsável pelas atividades em conjunto com a empresa.


Foto: Schirlene Reis - Ascom UFS
Foto: Schirlene Reis - Ascom UFS

Cooperação frutífera

O reitor da UFS, Valter Santana, comemorou a colaboração entre a instituição e a empresa, ressaltando a interação entre a academia e o setor produtivo.

“Chegamos a um patamar relevante e, para que a gente se mantenha nele, olhando para o crescimento e consolidação, temos que sair da nossa zona de conforto e atuarmos em algumas áreas nas quais a UFS iniciou e precisa consolidar”, diz Valter.

“Praticamente 75% das patentes do estado estão dentro da Universidade Federal de Sergipe. A minha felicidade será maior quando esses 75% estiverem no setor produtivo, não é ter apenas um indicador”, prospecta o reitor.

Além do incremento tecnológico fornecido pela Petrom à UFS, a colaboração permite a transferência de tecnologia. Para Renato Vieira Tocantins, diretor executivo da Petrom, o modelo favorece o crescimento mútuo.

“A concepção que eu tenho é de buscar a inteligência fora da Petrom, porque você não fica viciado em um modelo, ao mesmo tempo em que você tem várias concepções”, diz.

O pesquisador e ex-coordenador do Progeologia, Antônio Jorge Garcia, reforça os benefícios do modelo de cooperação.

“O Renato está trazendo pessoas especializadas da empresa para discutir com a equipe da universidade a sua visão aplicada, e colocar na academia a visão aplicada da indústria, e fazer com que a academia também tenha a visão aplicada”, afirma.

“A UFS pode perceber que existe uma empresa nova, pequena, com um único campo nas nossas mãos (por enquanto), e que se a gente fizer um trabalho bem feito e que traga retorno, a gente vai crescer junto”, acrescenta Renato.

Projeções

As perspectivas para a cooperação são promissoras, tanto para a equipe da UFS, quanto para os representantes da Petrom. Elas estão relacionadas ao crescimento da produção do campo Rabo Branco – e outros que possam vir a ser adquiridos –, assim como à relação com a comunidade.

“A demanda veio através da pesquisa, mas acabou influenciando nos outros eixos da universidade”, diz João Paulo. O coordenador do Progeologia conta que, quando surgiu a obrigatoriedade de carga horária para atividades de extensão, coincidiu com a reformulação do projeto pedagógico do Núcleo de Graduação em Engenharia de Petrólego (Nupetro), pelo qual ficou responsável.

“Decidimos incluir, na parte final do curso [de Engenharia de Petróleo), uma disciplina que fosse multidisciplinar, na qual os alunos deveriam fazer um estudo e desenvolvimento de um campo. Rabo Branco foi o primeiro onde ocorreu essa integração campo-escola”, recorda o docente.

O crescimento da exploração do campo representará um avanço imensurável, avaliam os envolvidos na cooperação.

Renato Tocantins defende que a bacia Sergipe-Alagoas é muito promissora. “Na hora em que essa atividade começar a se desenvolver de fato, eu acho que vai dar um impacto econômico muito grande no estado”, diz. “E uma coisa que eu espero que ocorra aqui, diferente de outros estados, é que os royalties que as companhias recolham da atividade revertam-se para os centros de pesquisa do estado”, projeta o diretor. “Porque a atividade do petróleo um dia vai acabar, o que vai ficar é um legado em inteligência que foi criado a partir dos royalties”, conclui.

“Sempre acreditei que uma universidade que tivesse um campo de petróleo, como a Universidade do Texas, estaria realizada”, defende Antônio Garcia. “Então, se o nosso trabalho conseguir colocar óleo no tanque (expressão que se usa) e fizer a Petrom melhorar a produção, ampliar e comprar mais campos, a UFS pode se tornar uma ‘Universidade do Texas’”, compara o pesquisador.

Ascom
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Atualizado em: Sex, 23 de setembro de 2022, 12:11
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